Cidade da Praia, 03 abr (Lusa) - O Ministério da Saúde cabo-verdiano anunciou hoje que vai implementar um projeto de prescrição médica eletrónica, que deverá entrar em funcionamentor a partir do mês de julho através da empresa portuguesa MedicineOne.
O projecto, no valor de 65 mil contos (590 mil euros) e com uma manutenção anual de cerca de quatro mil contos (36,3 mil euros), irá abranger inicialmente os hospitais centrais da Cidade da Praia e do Mindelo (São Vicente) e ainda os hospitais regionais de Santa Catarina (interior de Santiago), Ribeira Grande (Santo Antão) e do Sal.
O protocolo para a implementação da receita electrónica nas estruturas de saúde foi assinado hoje entre o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) de Cabo Verde.
Segundo a ministra da Saúde cabo-verdiana, Cristina Fontes, a implementação do projeto vai permitir a centralização de todos os associados do setor para um combate mais eficaz à fraude.
Para a implementação do projeto será disponibilizado às clínicas privadas um programa informático para a emissão de receitas, enquanto que os hospitais públicos vão ter acesso à rede do Estado com ligação à Internet, acrescentou.
Cristina Fontes Lima explicou que está em preparação uma nova legislação para o setor.
"Tudo isso vai mexer com a aprovação de uma nova legislação de prescrição médica, que deve merecer o contributo de todos os que se encontram em ligação com o setor da Saúde", sublinhou.
"Para este fim, estamos a trabalhar com a ARFA (Autoridade de Regulação para o Setor dos Medicamentos), Emprofaq (empresa de distrubição de medicamentos) e Infharma (empresa de produção de fármacos) para, de forma global, melhorarmos o sistema de medicamentos", explicou.
Cristina Fontes Lima lembrou que o objetivo do projeto é diminuir o encargo do ministério e do INPS que em 2011 pagaram, respetivamente, 500 mil contos (4,53 milhões de euros) e 700 mil contos (6,34 milhões de euros), na comparticipação dos remédios.
A presidente do INPS, Leonesa Fortes, explicou que as instituições poderão garantir que o beneficiário prescrito está inscrito na Segurança Social e isso "irá obrigar os médicos" a utilizar mais os genéricos.
O projeto vai ser implementado pelo MedicineOne, empresa que desenvolveu o sistema em Portugal e no Brasil e que tem sede em Coimbra.
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